Estudos
Decupagem Analítica
Em Limite, predominam os planos próximos: os primeiros planos [333], que revelam as reações e os estados de alma dos personagens, e os planos de detalhe [132], que destacam um fragmento de um rosto ou de um corpo. Quase não há planos gerais [020]. Um exemplo desta estética do fragmento é a sequência do cinema [153]. Os espectadores só são vistos através de pedaços do rosto (olhos e principalmente bocas), nunca de corpo inteiro. Outro exemplo é a sequência [384], em que os transeuntes são enquadrados da cintura para baixo.
A planificação de Limite é baseada num princípio de composição que privilegia o detalhe. Quase não há ação dramática no filme, e isso explica a escassez de planos médios [217], [237] e de conjunto [294], [379]. O plano [261] mostra quase todos os planos (começa em plano geral e termina em plano de detalhe em “contre-plongée”).
Há diversos planos em “contre-plongée” [042], [115], [255], [418], muitas vezes em ângulos inclinados, e alguns em “plongée” [049], [125], [272], [280], [298] e [353].
Composição Fotográfica
A composição fotográfica rigorosa assegura uma relação formal entre os planos que perdura ao longo de todo o filme, mantendo as mesmas linhas de força.
Em Limite, observa-se o uso de movimentos de câmera na diagonal e em perpendicular [279], [286], [286a], [297], [307], [355].
Elemento Circular
O elemento circular aparece nos planos de detalhe de objetos em contraponto às linhas de força diagonais, fortemente marcadas na fotografia [046], [047], [048], [290].
A câmera também apresenta movimento circular em eixos verticais e horizontais [044], [325], [360] e [365].
Elementos da Natureza
Os elementos da natureza também aparecem fortemente marcados: a vegetação [043], [248], [250], [267], [269]; o vento [066], [068] e [206]; e a água [014], [029], [259], [395], [413], [422a], [514] e [515].
Na narrativa atemporal de LIMITE, é a ação dos elementos que evoca o ciclo dos tempos, assim como o giro da manivela, da roda do trem e da câmera.