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Decupagem

Sequência 0

Prólogo

Fade-in (clareamento)

10 – Rocha da qual urubus levantam voo
11 – Protoimagem: PP rosto de Olga com olhar voltado para a frente e duas mãos algemadas de um homem, que a abraça por trás
12 – Detalhe das mãos
13 – Detalhe: olhos de Olga, fixos para frente
14 – Mar com cintilações
15 – Detalhe: olhos de Olga, fixos para frente
Fusão

Definida por Saulo Pereira de Mello como sequência-chave ou prólogo extradiegético. A rocha de onde os urubus levantam voo [10] é uma imagem evocando um sentido de liberdade que é drasticamente negado pelo plano seguinte [11], a protoimagem. A protoimagem não seria, segundo Pereira de Mello, de natureza simbólica – considerando o símbolo uma representação artística do inefável – mas alegórica – no sentido goethiano de representação intelectual do compreensível. Ela condensa o tema de Limite, isto é, a perplexidade, o desespero, a angústia, a descoberta da essencial limitação da condição humana, a impotência diante do infinito, a tragédia e as suas consequências de frustrações, desespero, derrota, fuga e morte. Detalhe [13] dos olhos da mulher e o mar [14] cintilante. A cintilação parece quase substituir os sinais do tecido epidérmico do rosto feminino, visto de perto. Retorna o detalhe dos olhos [15]. Opera-se assim um diálogo entre o Eu, o interior (olhos da mulher) e o Mundo, o exterior (mar). Esses planos nascem todos por fusão, evocando a própria fluidez das ondas do mar, assim como a mobilidade da câmara lembra a da água. Fusão.

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